Aquele dia

Naquele dia, em que tudo parecia perfeito e em que ela sonhava que iria ser o dia mais feliz da vida dela, tudo mudou.
tinha a mesa posta, velas vermelhas, castiçais dourados, uma toalha de organza avermelhada, os talheres e os pratos novos que ela tinha comprado para aquela ocasião especial.
O jantar era a comida preferida dele e ela aguardava-o.
Estava na hora, ele deveria estar a chegar.
Passaram dez minutos e nada.
Passou meia hora e nem sinal de vida.
45 minutos e nada da sua presença.
Telemóveis desligados...nem sinal de si mesmo.
O que fazer? Pensava ela já sentada numa cadeira, exausta de esperar.
de repente, uma chave na porta.
A porta abre e fecha com um leve bater.
Ele pousa a gabardine.
Entra na sala de jantar e pergunta:
- Então que se passa?
Ela não consegue dizer nem uma palavra, apenas uma lágrima escorre no seu rosto.
Ele olha para ela sem perceber.
Da boca dela apenas saem as seguinte pallavras:
- Era o nosso dia. lembras-te à cinco anos atrás aquele dia tão feliz da nossa vida. Agora já não significa nada para ti.
E sai....

O Sonho

Sentia-se a caminhar por um lugar nunca dantes conhecido.
Sentia que algo a puxava para lá como se já dantes ali estivesse estado.
Ouvia uma leve música como se uma caixa de música se trata-se, como se a hipnotisasse.
Parecia esta a ser puxada. Mas por quem??por quê?
Sentia-se demasiado leve como se estivesse a flutuar. Com o seu vestido branco de linho a deslizar com o vento, caminhava, caminhava, tão lentamente que nem ela própria percebia porquê.
De repente entrou por uma porta. Ouvia cada vez mais forte aquela música nostálgica mas não sabia de onde vinha, olhou em volta e só viu espelhos.
Espelhos de todas as formas e feitios e ao fundo uma porta muito estreita com um puxador em forma de rosa.
Abriu a porta e deparou-se com uma sala tão bonita.
Um poltrona vermelha com uma manta muito fofa, um espelho de artista, um guarda roupa cheio de plumas de todas as cores e um aparador com perfumes, pentes e ganchos cheios de brilhantes.
Em cima desse aparador estava também uma caixa, com uma bailarina a rodar como se dança-se o último bailado da sua vida. Ouvia aquela música tão suave e estava encantada com aquela bailarina tão bonita.
De repente, ouve uma voz muito suave: - Gostas???
Ela volta-se muito assustada sem saber bem o que dizer.
Vê uma menina pendurada num baloiço que vinha do tecto vestida num tom de rosa claro, muito pálida e um ar muito sereno.
Não sabia o que dizer...o que fazer...
Tenta sair, mas...
- Não Fujas!!!Vieste aqui por um motivo!
- Qual? - Diz ela com uma voz muito trémula.
- O teu sonho trouxe-te aqui!!!
Começa a ouvir: - Rita, Rita, Ritaaaaaaaaa!!! Está na hora de acordar!!Já estás atrasada!!!
Abre os olhos e fica uns minutos a pensar naquele sonho, naquela música, naquela menina, mas não entende porquê!!!

Estranho

Lá estava ela. Em mais uma noite de verão, sentada no alpendre a comtemplar a Lua.
Estava a espera que aparecesse aquela estrela cadente que tanto tinha ouvido nas notícias.
Já era tarde e nada daquele fenómeno, que tanto tinha ouvido falar.
Estranho.
De repente, ouve as folhas a mexer. Volta a cabeça, mas nada aparecesse.
Estranho.
Volta a colar o olhar no seu estrelado com uma Lua quase tão grande como....como...o planeta Terra!! E a cadente, onde estava a estrela cadente?? perguntava-se ela a si mesma.
Estranho.
Volta a ouvir algo....algo que não soube explicar o que era.
De trás dos arbustos saí uma pessoa. Um rapaz, moreno, alto e com um olhar brilhante como nunca antes tinha visto. Na mão trazia um ramo de tulipas cor de rosa e no meio das flores estava um cartão. Um cartão em forma de estrela cadente.
Estranho.
Olharam-se...mas não falaram.
Ela abriu o cartão... "Para ti estrela cadente do meu coração!", dizia o cartão numa letra perfeita, como se tivesse sido bordada.
Ela saltou para os braços dele. Ele tocou-lhe no cabelo sedoso, inclinou-lhe o queixo para cima e dei-lhe um longo beijo na testa.
Mutuamente, olharam para o céu e viram, ainda abraçados, uma chuva de estrelas cadentes.
Estranho.
Mas felizes!

Momento Certo

- Que se passa contigo??
- Não é nada, estou bem!!
- Algo se passa e não me queres dizer...
- Não fiques triste...Quero falar...Mas neste momento não consigo!
- Mas porque não consegues??Isso não é normal...
- Pois...ninguém acha normal...já começo a pensar que sou a única pessoa do mundo que só fala quando acha que é o momento certo!!
- Mas...porque dizes isso?
- As pessoas as vezes falam sem pensar, dizem coisas que magoam os outros e nem sequer dão por isso!!A palavra é algo muito importante, é com ela que expressamos como nos sentimos e por isso devemos pensar bem quando as devemos usar, entendes?
- Bem...mais ou menos...mas percebo a tua lógica e tens uma certa razão.
- Pois por isso não querer falar contigo sobre o que me preocupa agora. Acho que não é o momento certo, posso não usar as melhores palavras e as coisas serem percebidas de outra forma.
- Sim, respeito a tua opinião. Mas já sabes que quando quiseres falar, desabafar estou aqui.
- Sim eu sei amigo. Obrigada pela compreensão!